quarta-feira, 12 de setembro de 2007

"Vou para casa rezar"


Passados os problemas, as ansiedades e inseguranças do início, podemos, finalmente, começar.


Hoje comemora-se o Shana Tova, ano novo judaico, eu sei disso não por ser judeu, não por estudar sobre religiões, mas única e exclusivamente, porque tentei combinar com um amigo, que é judeu, para que assistissimos ao jogo da seleção brasileira de futebol contra o time mexicano, e ele me confessou não poder pois teria jantar comemorativo em famíla, por conta do feriado já aludido. A essa altura qualquer um que leia esse primeiro parágrafo deve estar imaginando pelo menos duas coisas: 1a. O autor se confundiu no que tange ao título e sua conexão ao texto; 2a. Esse é mais um blog que relata o dia-a-dia de alguém, normal, igual a todo mundo; Pois confirmo a quem lê, tais proposições não são verdade, observe:

Além do feriado judaico, o dia de hoje também marcou a data da votação sobre o primeiro processo, movido pelo PSOL, contra o atual Presidente do Senado, Senador Renan Calheiros, por conta de quebra de decoro parlamentar por recorrer a um lobista da empreiteira Mendes Jr., para pagar despesas pessoais. O resultado de tal votação causa no mínimo espanto e , em última análise, revolta, indignação e dúvida, seja sobre a credibilidade das instituições, seja sobre o futuro do país. O problema, contudo, me parece muito mais simples e, por conta disso, muito mais grave e preocupante.

O que esse resultado de hoje nos mostra? Sim, uma grave crise institucional e ética, que sá, moral no país, ou ainda, de um modo, mais abrangente, na Nação brasileira; Um completo descaso e desrespeito para com qualquer brasileiro, sim isso também. Tudo isso é claro e evidente e aparece nos jornais quase que diareamente. Há porém de se aferir os motivos que levaram os senadores a votar pela absolvição de Calheiros ou pelo arquivamento do processo.

Há duas possibilidades: 1a. (aquela mais difundida e popular), os políticos, no caso senadores, todos, com raras exceções, estão envolvidos nos esquemas de corruptção e nos inúmeros trambiques do plenário nacional; ou 2a. Há uma real incompetência, ignorância, negligência ou falta de preparo dos nossos senadores em permitir e planejar tais lambanças. De qualquer modo, qualquer dos motivos que seja, estamos diante de um cenário aterrorizanteno qual, dentro da primeira hipótese, temos verdadeiros bandidos regendo, pelo menos, as casas legislativas do país ; e na segunda pessoas sem qualquer preparo ou distinção cívica, moral ou ética no comando das mesmas casas, ou ainda o pior, uma mistura dos dois organismos, mistura na qual um possibilita ao outro executar suas manobras.

Soma-se à isso um povo apolítico e temos uma equação perigosa, pela qual o resultado só pode ser um: um resultado catastrófico. No fundo o feriado judaico, que comemora o presságio de um novo ano, assim como no calendário Augustiniano, dava esperanças de um novo panorâma para a politica pátria, mas tais vexames, tais "pizzas" acontecem Hoje e Ontem ... Amanhã?!?


Shana Tova - Feliz ano novo à todos, judeus ou não. Ano novo sem estourar champangne, mas estourando de vez os limites da política nesse nosso Brasil. Feliz ano novo, meus pesames...


"Vou para casa rezar"- a frase que dá título ao texto, foi o único comentário proferido pelo ainda Senador Renan Calheiros, após sair da sessão do plenário que votou pelo arquivamento do processo por quebra de decoro, antes que o mesmo senhor Renan se dirigisse para sua residência oficial na Península dos Ministros, Lago Sul, em Brasília.

2 comentários:

Marina Gurgel disse...

Adorei!

Giulliana disse...

Hahaha...eis alguem q adora politica. E eu nunca imaginava unir politica e cultura judaica dessa forma em um post soh...
Bjos!