quarta-feira, 12 de setembro de 2007

O Primeiro texto - A tensa inclinação à expectativa

Bom o primeiro texto, a primeira "postagem", é algo que me dá um enorme nervosísmo. Há de se perguntar porque alguém que se propõe a escrever um caderno público, que, em última instância, tem o único próposito de publicar suas idéias pela via dos textos, teria receio e nervosísmo para redigir e publicar o primeiro deles.

A Resposta(aqui com letra maiúscula pois se trata de ponto chave para o que se seguirá) é bastante simples na verdade: o primeiro texto é aquele que muitas vees dará a cara, o formato, a linha de produção do caderno, não necessariamente aquela que ele terá, mas aquela pela qual haverá expectativa dos terceiros em relação à ele. Assim como quando se é pessimamente atentido em um determinado estabelecimento, é díficil imaginar que uma segunda visita terá melhor sorte, a inversa também é verdadeira. Dá analogia citada comprovo e demonstro meu receio, se o primeiro texto for um bom atendimento pode haver a vontade e o prazer em uma segunda, terceira, quarta... visita, se não...

A fragilidade, quase infantil, das idéias que começam a tomar forma e a dificuldade em definir o tema, o modo de abordagem do tema ou até do modo de redação do mesmo me dão calafrios. Aparentemente e, a exemplo, do problema das introduções, parece não haver solução para tal problema que não seja redigir um texto inicial, aquele que dará origem, não só ao caderno, mas a toda expectativa criada em torno dele.

Parece-me que o aludido problema fora resolvido no momento em que iniciei a redação deste texto, de tal sorte que o próximo não será mais o primeiro e sim o segundo, aquele que não cria expectativas, mas sobre o qual estas recaem.

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